A convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política foi defendida na reunião do Senado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), na noite em que mais de 1 milhão de pessoas faziam manifestações em uma centena de cidades. Alguns milhares, diante do Congresso Nacional, em Brasília.
Os senadores mantiveram a sessão plenária até pouco depois da meia-noite de quinta-feira, e os cinco que permaneceram no plenário se revezaram em discursos sobre as manifestações. Segundo Cristovam Buarque, para atender às reivindicações, é necessário abolir os partidos. “Hoje, nada unifica mais todos os militantes e manifestantes do que a ojeriza, a desconfiança, a crítica aos partidos políticos”, disse.
Ele defendeu a reorganização da política com a criação de um novo formato de partidos e da maneira de fazer política. “Nossos partidos não refletem mais o que o povo precisa com seus representantes, nem do ponto de vista do conteúdo, nem do ponto de vista da forma”, afirmou o ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação no começo do governo Lula e que se reelegeu senador em 2010. De acordo com esse político tarimbado, a resposta a 1 milhão de pessoas que se manifestam em um dia não pode ser, nada menos, que uma revolução na política.
No dia seguinte, porém, a Assembleia Constituinte, mais uma vez, já parecia esquecida. Jorge Viana disse que o Congresso Nacional deve fazer a reforma política “com certo radicalismo, para recuperar a credibilidade perdida”. O problema é que ninguém mais acredita que os atuais deputados e senadores façam a reforma política que a maioria dos brasileiros – e não apenas aqueles 1% que saíram às ruas para protestar – está a exigir há muito tempo.
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