quarta-feira, agosto 21

MP investiga plano de oficial, que fazia segurança de contraventores, para matar ex-comandante da PM


O Ministério Público investiga um suposto plano do tenente-coronel Marcelo Bastos Leal, preso nesta quarta-feira durante a operação Perigo Selvagem, para matar o ex-comandante da PM, coronel Erir Ribeiro por conta do aumento da repressão ao jogo do bicho durante sua gestão à frente do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA). Segundo informação prestada à Ouvidoria do MP, citada na denúncia que pede a prisão preventiva do oficial, Leal, “à época major lotado na Diretoria Geral de Pessoal, recrutou oito PMs, entre eles alguns milicianos, para executar o então subcomandante e comandante do 2º CPA, coronel Erir Ribeiro, em razão da atividade dele de repressão às atividades ilícitas praticadas pela quadrilha liderada pelo ‘bicheiro’ Anísio Abraão”.

— Temos conhecimento desse suposto plano. Entretanto, a operação se restringiu à atuação do oficial como chefe da segurança. Mas essa informação será investigada — afirma o promotor Décio Alonso Gomes, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O documento também cita a informação de que Leal seria mandante do homicídio do sargento Antônio Carlos Macedo. Essa denúncia também foi encaminhada à Ouvidoria do MP. Segundo o texto, o oficial “é o mandante do homicídio e a motivação do crime seria uma briga pela chefia do grupo criminoso que realiza a segurança das máquinas de caça-níquel de propriedade de Rogério de Andrade.

Segundo o MP, Leal, conhecido como Pastor, era o chefe da segurança da quadrilha do contraventor Fernando Iggnácio. O tenente-coronel arregimentava e armava PMs para que eles escoltassem os responsáveis por recolher o dinheiro nos pontos onde ficavam as máquinas. Segundo a denúncia, quem devia à quadrilha sofria ameaças e era alvo de extorsões mediante sequestro.

— Quando alguém devia à quadrilha, os PMs iam armados até o local fazer as ameaças. Se a dívida persistisse, as ameaças progrediam para sequestros. Há relatos de pessoas amarradas levadas para dentro de carros por homens fortemente armados — afirma a promotora Angélica Glioche, que também participou das investigações que duraram um ano e terminaram com a expedição de 26 mandados de prisão.

Um vídeo gravado por agentes do MP dentro da local usado pela quadrilha como uma “agência bancária”, na Rua Fonseca, em Bangu mostra os leitores biométricos usados pelos criminosos. Quem chegava ao local tinha que fazer a leitura das digitais. O MP espera conseguir mais informações sobre a quadrilha a partir dos dados embutidos nesses aparelhos. No local, havia também guichês para a arrecadação de leitores.

Fonte: Jornal Extra




Maioria das armas apreendidas em São Paulo é de fabricação nacional e de origem legal

Diagnóstico das armas usadas pelos criminosos desconstrói mitos relacionados ao comércio ilegal de armas que impedem políticas públicas adequadas




Estudo divulgado nesta quarta-feira (21), pelo Instituto Sou da Paz revela que cerca de 68% das armas apreendidas em flagrantes na capital paulista são de fabricação nacional e têm origem legal e que 40% delas não tiveram a numeração raspada. O estudo As Armas do Crime analisou 466 apreensões feitas no período de abril a junho de 2011. Na avaliação do instituto, ao traçar um diagnóstico das armas usadas pelos criminosos, o trabalho desconstrói mitos relacionados ao comércio ilegal de armas, que impedem políticas públicas adequadas ao enfrentamento da questão.
"Existe o pensamento de que o mercado legal não tem relação com o ilegal e de que as armas que estão nas mãos dos criminosos vêm do exterior", disse o coordenador da área de Sistemas de Justiça e Segurança do instituto, Bruno Langeani. Segundo ele, a reprodução de muitos desses mitos pode ser vista na justificativa de projetos de lei que querem flexibilizar o Estatuto do Desarmamento. "Se não houver um estudo para rebater isso, esse pensamento avança no Congresso Nacional."
Langeani explicou que o fato de algumas armas conservarem a numeração permite o rastreamento e a descoberta do origem do desvio. "É uma quantidade relevante, que daria para fazer um trabalho muito qualificado e saber de onde essas armas estão vindo para atuar na raiz", ressltou. De acordo com o estudo, a raspagem da numeração varia de acordo com o tipo de arma. Os revólveres tiveram maior percentual de adulteração, com 57,1%. Nas pistolas, o número cai para 40,4%, e, nas espingardas, para 18,8%.
Para o Instituto Sou da Paz, ao constatar que a maioria das armas usadas por criminosos em São Paulo são fabricadas no Brasil, a política pública deve ser orientada para restringir ainda mais o mercado interno. "Não é que esse problema [de entrada de armas pelas fronteiras] não exista, mas é preciso ver qual o problema principal. Esse diagnóstico mostra que o problema está nas armas fabricadas aqui", afirmou. Segundo o estudo, 56,2% das armas são da marca Taurus e 11,9%, da Rossi.
Uma das soluções apontadas pelo instituto é a adoção de novas tecnologias, como a instalação de chips nas armas de fogo. Esse instrumento pode fornecer todas as informações do armamento, o que facilitaria o trabalho da perícia e contribuiria para o esclarecimento de crimes e a identificação dos responsáveis pelos desvios.
A análise das características dos armamentos revela ainda que 89,5% são revólveres e pistolas. Além disso, quase 70% das armas apreendidas têm calibre permitido, sendo que 52,4% correspondem ao calibre 38. "É uma arma que está mais disponível. Por isso, é preciso restringir o número de armas legais em circulação, porque elas têm impacto direto nesse mercado ilegal", disse Lageani.
Quanto ao perfil dos presos em flagrante, o estudo mostra que homens são quase a totalidade (98,3%) a que maioria (cerca de 60%) tinha entre 18 e 25 anos. Quanto ao tipo de crime praticado no ato da prisão, os principais motivos são o descumprimento de algum artigo do Estatuto do Desarmamento e o roubo, que representam, respectivamente, 40,8% e 45,3% do total de detenções.
Ao analisar os antecedentes criminais dos detidos, notou-se que, dos presos por porte ou posse ilegal de armas, 6,4% já haviam sido indiciados por homicídio anteriormente. "Isso mostra o potencial do Estatuto do Desarmamento para retirar criminosos e armas de circulação, evitando novos crimes", avaliou Langeani. Em termos gerais, 48,6% das pessoas detidas por descumprimento a algum artigo do estatuto já tinham sido presas por outros crimes.
Fonte: Jornal  O Tempo




Nissan cede dois veículos elétricos à Polícia Militar do Rio


A Nissan do Brasil entregou oficialmente nesta quarta-feira (21) à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro duas unidades do Leaf, primeiro veículo 100% elétrico produzido em série no mundo.

Devidamente caracterizados com a identidade visual da frota da corporação, os carros serão utilizados pelo Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (BPTur) no patrulhamento dos principais pontos turísticos da cidade, dentro do programa de sustentabilidade da corporação. Inicialmente, a parceria terá duração de três meses.


Os dois veículos da PM-RJ ficarão na sede da BPTur, na rua Figueiredo de Magalhães, em Copacabana. A recarga das baterias, que fornece autonomia de até 160 km ao veículo, poderá ser feita na própria sede do Batalhão ou no posto BR da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Atualmente existem 35 unidades de Nissan Leaf rodando pelo Brasil, cedidos em comodato para programas que avaliam a viabilidade de se ter veículos puramente elétricos por aqui e qual seria a infraestrutura necessária. Em 2012, a Nissan iniciou o projeto-piloto com a Prefeitura de São Paulo, AES Eletropaulo e Adetaxi, associação de empresas de táxi da capital paulista, cedendo dez unidades do veículo transformados em veículos de praça.

Em março, o mesmo modelo de programa foi levado à cidade do Rio de Janeiro, em uma parceria com a Prefeitura e a BR Distribuidora. Serão 15 unidades do Leaf, também como táxis, com dois já rodando desde o lançamento da iniciativa. Desde o lançamento comercial, em dezembro de 2010, a Nissan vendeu mais de setenta mil unidades do carro em todo o mundo.

Fonte: Ciclo Vivo




sábado, agosto 17

Banco Central lança edital para 500 vagas



O Banco Central lançou ontem o edital para 500 vagas de técnico e analista. Para analista são 400 postos em seis áreas temáticas:  análise e desenvolvimento de sistemas; suporte à infraestrutura de tecnologia da informação; política econômica e monetária; contabilidade e finanças; infraestrutura e logística; e gestão e análise processual. É exigido curso  de nível superior em qualquer área e o salário será de R$ 14.289,24. Para técnico são 100 vagas em duas áreas: suporte técnico-administrativo e segurança institucional. 


É necessário nível médio completo. O salário será de R$ 5.421,30. As oportunidades  são para trabalhar em Belém, Brasília, São Paulo, Salvador e Porto Alegre. Brasília tem o maior número de vagas. São 428: 351 para analista e 77 para técnico. Em Salvador são oito para analista e quatro para técnico. As inscrições devem ser feitas pelo site www.cespe.unb.br/concursos/bacen_13_analista_tecnico, entre 22 de agosto e 9 de setembro. As taxas de inscrição são de R$ 120 para analista e de R$ 70 para técnico.


Fonte: Correio 24 Horas




Seis policiais militares já se suicidaram em 2013



Apenas neste primeiro semestre de 2013, já foram registrados seis casos de suicídio entre policiais militares na Bahia. Segundo a Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), em todo o ano de 2012 foram nove casos, ou seja, 2013 já atingiu 66,7% do número de PMs que tiraram a própria vida no ano anterior, faltando mais de quatro meses para 31 de dezembro.

Porém, de acordo com a Polícia Militar, os números oficiais são de cinco suicídios, sendo apenas um no ano passado.  Segundo o jornal A Tarde, a PM diz ainda que até 2004 a média anual era de oito situações deste tipo, contra três atualmente. O último caso de suicídio aconteceu em Feira de Santana, nesta semana.


Fonte: Metro1



Polícia Ex-policial militar é morto a tiros

Foto de divulgação
Um ex-policial militar foi encontrado morto, na noite da última sexta-feira (17), em matagal próximo à Rua Francisco Avelino, no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza. O corpo de Eguinaldo Dantas de Sousa, de 40 anos, foi encontrado próximo à moto de sua propriedade e com capacete.
O homem foi morto com 5 tiros, segundo a Perícia Forense do Ceará (Pefoce), e nenhum dos pertences foi levado. O cunhado de Eguinaldo esteve no local para reconhecer o corpo e receber os objetos pessoais da vítima.
Em maio de 2010, quando ainda era soldado, o ex-PM foi preso acusado de extorsão, roubo e homicídio no município de Penaforte, a 544 km da Capital. Eguinaldo teria ameaçado de morte comerciantes da cidade, exigindo dinheiro . Na época, ele também se envolveu em uma briga com outros policiais militares e foi atingido com um tiro.

Fonte: Diário do Nordeste



Guarda Municipal pode ser proibida de multar no trânsito

STF vai julgar recurso sobre o assunto em breve; Corte já decidiu que resultado valerá em todo o país


Foto de divulgação

Na correria para estacionar o carro e ir para o trabalho, o auxiliar de logística Marcelo Santana, 28, acabou sendo multado, em fevereiro deste ano, por guardas municipais que fiscalizavam o estacionamento rotativo na rua Sergipe, na Savassi, uma das mais movimentadas da região. “Como nem sempre tinha fiscalização lá e eu estava em um local de frente para o carro, achei que poderia ficar de olho e não coloquei a folha de rotativo”, conta.

As autuações aplicadas pela Guarda Municipal, como a de Marcelo, podem estar com os dias contados. É que está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir se retira da corporação o poder de exercer atividades de policiamento, incluindo fiscalização e autuação de trânsito. O julgamento diz respeito a um recurso da Câmara de Vereadores de São Paulo contra a decisão do Tribunal de Justiça do Estado paulista, que entendeu que cabe à guarda somente a proteção de bens, serviços e instalações municipais.
A Corte já resolveu, em junho, que sua decisão passará a valer para todo o país. Em princípio, o entendimento dos ministros deve ser seguido pelos tribunais, mas não obriga as administrações municipais a adotarem automaticamente a mudança. O que geralmente ocorre nesses casos é que as prefeituras optam por se adequar, já que elas não teriam respaldo em caso de questionamentos judiciais.
É o caso de Belo Horizonte. A Guarda Municipal informou, por meio de sua assessoria, que caso o Supremo mantenha o entendimento do Tribunal de São Paulo, a medida será acatada imediatamente. Com isso, somente a Polícia Militar estaria autorizada a fiscalizar e emitir multas de trânsito – a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) foi proibida de multar em 2009.

Consequências. Para o Sindicato dos Guardas Municipais de Minas, a proibição traria prejuízos à população. “Hoje, os guardas ajudam a polícia a identificar transporte de drogas e armas dentro de veículos, e até mesmo os casos de sequestro-relâmpago. O número de infrações provavelmente irá aumentar”, acredita o presidente do sindicato, Pedro Ivo Bueno.

O chefe de comunicação da Polícia Militar, tenente-coronel Alberto Luiz, fala que ainda é cedo para opinar. “Mas cabe a nós cumprir a Constituição e lá não está descrito que a Guarda Municipal fiscaliza o trânsito. O policiamento ostensivo é exclusividade da PM”.
Já os motoristas têm opiniões divergentes. “Não vejo problemas em a guarda multar. Eu mesmo já fui multada duas vezes, mas porque eu estava errada e não houve abuso dos guardas”, reconhece uma universitária de 23 anos, que pediu para não ser identificada. Já o publicitário Felipe Assumpção, 26, pensa diferente. “Os guardas devem focar em proteger o patrimônio e não em caçar infratores atrás de arrecadação”.
 Efetivo
Trânsito. Atualmente, 250 servidores atuam no grupamento de trânsito da Guarda Municipal. A corporação foi criada em 2003, pela Prefeitura de Belo Horizonte, e conta com mais de 2.000 servidores.
 Para manter corporação na ativa, saída pode ser criar convênios
Segundo o presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Minas, Pedro Bueno, se o Supremo Tribunal Federal (STF) mantiver o entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a Corte estará indo na contramão de projetos que tramitam na Câmara Federal e definem as funções da corporação.
“Uma das propostas amplia a atuação da Guarda para que ela participe com mais legitimidade de ações de policiamento preventivo, defesa civil, resgate, salvamento. Se o mérito dela já foi aprovado, não tem como estar em desacordo com a Constituição”, defende.
Se a guarda for proibida de multar, o advogado Thiago França aponta uma saída para a corporação continuar atuando no trânsito. “Uma manobra seriam os convênios”. É o caso da BHTrans, que tem uma parceria com a Polícia Militar – a autarquia pode fazer blitze e rebocar carros, por exemplo, mas não autuar.
A BHTrans foi proibida de multar em 2009, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que uma empresa de economia mista pode fiscalizar o trânsito, mas não pode aplicar multas.
Fonte: Jornal O Tempo



quinta-feira, agosto 15

Polícia Civil conclui inquéritos e indicia 16 por assassinatos no Vale do Aço


Dezesseis suspeitos que teriam ligações em pelo menos quatorze assassinatos, dentre eles do jornalista Rodrigo Neto Faria e do fotógrafo Walgney de Assis Carvalho, foram indiciados pela Polícia Civil. Os inquéritos referentes aos crimes, que ocorreram em Ipatinga e municípios vizinhos, entre 2007 e 2013, foram concluídos e remetidos à Justiça, na terça-feira (13).
 
Com a finalização dos inquéritos, a Polícia Civil pediu a conversão da prisão provisória para prisão preventiva de Alessandro Neves Augusto, conhecido como Pitote, e do policial civil Lúcio Lírio Leal. As investigações revelaram que Picole teve participação na execução de Rodrigo Neto e Walgney de Assis. No assassinato do jornalista, ele contou com a ajuda de Lúcio Lírio Leal.
 
Outras três pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. As apurações sobre os crimes foram conduzidas pela Força Tarefa Ipatinga, criada em abril deste ano, composta por quatro delegados, três escrivães e 12 investigadores.
 
Entenda o caso
 
No dia 8 de março, o jornalista Rodrigo Neto foi executado a tiros quando estava em um bar do bairro Canaã, em Ipatinga, no Vale do Aço. O repórter era especializado na cobertura de notícias policiais e durante sua carreira denunciou diversos crimes, inclusive envolvendo policiais militares e civis.
 
Segundo a Polícia Militar, ele saía de um churrasquinho na avenida Selim José de Sales, quando dois homens chegaram em uma motocicleta escura e atiraram em sua direção. A vítima foi alvejada na cabeça e no peito. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu a caminho do Hospital Márcio Cunha. Os executores fugiram e ainda não foram localizados ou identificados.
 
Já em 14 de abril, o fotógrafo Walgney Assis Carvalho foi morto com dois tiros em Coronel Fabriciano, na mesma região. Ele estava no bar Pesque Pague, no bairro São Vicente, quando foi atingido por tiros na cabeça e na axila. O autor dos tiros chegou no local em uma moto e usava capuz no momento do crime. Após disparar contra o fotógrafo, o suspeito fugiu com um comparsa em uma moto NX preta. A vítima era divorciada e tinha uma filha. Ele também prestava serviço para a Polícia Civil.
 
Os crimes levantaram a suspeita da ação de um grupo criminoso, com a participação de policiais, na região do Vale do Aço e motivou o deslocamento de investigadores da capital mineira para apurar os crimes. 

Fonte: Jornal Hoje Em dia




Associação de PMs vai doar R$ 300 mil para defesa de réus do massacre do Carandiru

Foto de divulgação

Os policiais acusados de participação no massacre de Carandiru terão parte de suas despesas com advogados paga pela Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A entidade vai disponibilizar R$ 300 mil para o pagamentos dos honorários. 
 
"O que ganhamos mal dá para comer, ainda temos que pagar advogados, não dá", disse o cabo Wilson Morais, presidente da associação. Segundo ele quem pagou os advogados até agora foram os próprios réus, em cotas que variam de R$ 500 a R$ 1 mil, dependendo da patente do acusado. A verba foi aprovada de forma unanime em assembleia da entidade e será entregue em três cheques de R$ 100 mil cada. 
 
A estimativa da associação é que o valor do processo possa chegar a R$ 900 mil, caso os réus tenham que recorrer ao STF. Nas duas primeiras fases do julgamento, que aconteceram em abril e agosto deste ano, os policiais foram representados pela advogada Ieda Ribeiro de Souza. 
 
Para Wilson, quem deveria pagar o valor é o Estado de São Paulo. "Eles estavam lá [no Carandiru] em serviço, no estrito cumprimento do dever legal, por ordem da secretaria de Segurança Pública. A obrigação de pagar é do Estado".  Ele disse que depois do fim do processo, a associação planeja entrar na justiça contra o governo de São Paulo para receber de volta os valores. 
 
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública disse que o caso é de responsabilidade da Procuradoria Geral do Estado. Por meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria disse que só se manifesta em casos que já estão na justiça. Também afirmou que não poderia defender os policiais pois ela representa apenas o Estado dentro do poder judiciário, sendo proibida por lei de representar funcionários públicos ou outras pessoas físicas. 
 
Julgamento 
 
No dia 2 de outubro de 1992 os policiais foram chamados para conter uma rebelião no presídio do Carandiru, na zona norte de São Paulo. Depois da invasão do local, 111 presos foram mortos. 
 
O julgamento dos policiais começou em abril deste ano e é dividido em quatro partes, cada uma relativa a um dos andares do presídio. As duas primeiras etapas já aconteceram. Até agora 48 policiais já foram condenados pelos homicídios, mas eles podem recorrer em liberdade.

Fonte: Jornal Hoje Em Dia






PMs envolvidos em briga no '30 Segundos' são liberados de prisão militar


Os dois policiais militares que se envolveram em uma briga generalizada no bar 30 Segundos, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, foram soltos nesta quarta-feira (14). Adílson Prazeres Barbosa, de 26 anos, lotado na 36ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Dias D'Ávila), e Gervásio Augusto Carvalho da Silva Júnior, 29, da 14ª CIPM/Lobato, estavam presos desde o último dia 26 de julho na Coordenadoria de Custódia Provisória da PM (CPP), em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). 


De acordo com a TV Bahia, com base em informações do advogado dos policiais, após analisar o inquérito sobre o caso, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) avaliou que não há provas sobre uma possível tentativa de homicídio. Os PMs foram denunciados apenas por lesão corporal. O terceiro PM envolvido, Ramon Cerqueira Andrade, também lotado na 36ª CIPM, não chegou a ficar custodiado. Na confusão, duas pessoas foram baleadas na perna e outras duas ficaram feridas após receber cadeiradas na cabeça. A Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre a liberação dos servidores da corporação, nem se eles já irão retornar às suas rotinas normais de trabalho.



Fonte: Bahia Noticias




Blitz da lei seca terá policial à paisana para flagrar motoristas bêbados

De janeiro a junho, foram contabilizados 170 acidentes com óbitos, com um total de 185 vítimas mortas nas vias do DF



Advogado de formação e servidor do Detran há 21 anos, Albano Oliveira Lima assume a direção da autarquia com algumas missões delegadas pelo governador Agnelo Queiroz: dar mais atenção às faixas de pedestres e reduzir, ainda mais, os acidentes e as mortes nas vias do DF. De janeiro a junho, foram contabilizados 170 acidentes com óbitos, com um total de 185 vítimas mortas. Em ambos os casos, os números são os menores dos últimos 10 anos, mas ainda são considerados altos pela direção.

Para atingir a meta, o órgão vai atuar em três frentes, segundo Albano Lima. A primeira delas é a fiscalização inteligente, com agentes à paisana para flagrar motorista que pega o volante após beber; e o uso do OCR, um pardal inteligente que lê a placa e puxa informações sobre pendências nos veículos. Com isso, só são parados os carros irregulares. O diretor também quer conhecer com detalhes o que está causando os acidentes fatais no DF. Para isso, pretende fortalecer a equipe da Central de Investigação e Tratamento de Acidentes (Cita) do Núcleo de Estatística, encarregado de apurar o que provocou a tragédia. Outro ponto importante é o investimento em campanhas educativas, com imagens fortes para alertar o cidadão.

Ações nada populares, reconhece Albano. Principalmente no caso do policiamento à paisana: “Não é uma medida simpática. Mas não seremos flexíveis quando se trata de segurança e da preservação da vida. Isso precisa ser feito. Entendemos que, cada motorista alcoolizado que tiramos da rua evitamos um acidente”.

Fonte: Correio Brasiliense



terça-feira, agosto 13

Governo de Minas entrega mais 196 veículos para combate ao crime

Investimentos em 171 viaturas e 25 motos somam mais de R$ 20 milhões e se juntam a outros 350 veículos entregues só neste ano



ais 196 novos veículos vão tomar as ruas das cidades mineiras para ajudar no combate ao crime. Nesta terça-feira (13), na Cidade Administrativa, o governador em exercício Alberto Pinto Coelho entregou 171 carros do tipo Pajero Dakar e 25 motos para a Polícia Militar. São investimentos de R$ 20,8 milhões por parte do Tesouro Estadual.
Em seu pronunciamento, Alberto Pinto Coelho falou sobre o contínuo esforço do Governo de Minas para reforçar a frota de veículos dos órgãos de Defesa Social, a fim de garantir uma melhor prestação de serviços à sociedade. “É um momento de comemoração, na certeza de que o trabalho fecundo das políticas públicas em nosso Estado tem permitido avanços significativos na área de Defesa Social. Essa ação visa assegurar a todos os cidadãos do Estado, além da segurança, também a sensação de que o Estado cumpre o seu dever e enfrenta esse desafio contemporâneo do combate ao crime, dotando as nossas corporações de equipamentos indispensáveis”, destacou o governador em exercício.


As 171 viaturas vão para o Comando de Policiamento Especializado, em Belo Horizonte, para a 1ª Região, também na capital; a 2ª Região, com sede em Contagem, contemplando os municípios de Betim, Ibirité, Igarapé e Ribeirão das Neves; a 3ª Região, sediada em Vespasiano, e que engloba as cidades de Lagoa Santa, Nova Lima, Ouro Preto, Sabará e Santa Luzia. A 4ª Região (Juiz de Fora), 5ª Região (Uberaba), 8ª Região (Governador Valadares), 9ª Região (Uberlândia), 11ª Região (Montes Claros) e 13ª Região (Barbacena), também estão sendo contempladas com novas viaturas. As 25 motocicletas são destinadas exclusivamente para o Batalhão Rotam (Rondas Táticas Metropolitanas), em Belo Horizonte.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Márcio Sant´Ana, destacou que a renovação da frota representa o avanço da visibilidade e da ostensividade da corporação. “A tropa do Batalhão Rotam está tendo hoje 100% da sua frota renovada. Sabemos que os equipamentos e as viaturas constituem parte do aparato de enfrentamento à criminalidade, onde o principal componente é o homem e a mulher que opera esses equipamentos”, afirmou o comandante da PM, ao se dirigir diretamente à tropa da corporação. 
Renovação da frota
As novas viaturas se juntam a outras já adquiridas em 2013 para o Sistema de Defesa Social de Minas Gerais. Com as viaturas desta terça-feira, 546 novos veículos dos mais diversos tipos foram entregues ao Sistema somente neste ano. Na última semana, o governador Antonio Anastasia entregou 182 viaturas à Polícia Civil, investimentos de R$ 12 milhões. Os veículos já estão atendendo a 171 unidades policiais, em 135 municípios na abrangência das Delegacias Regionais da PCMG, incluindo Belo Horizonte. Também foram entregues 30 rabecões adquiridos pela Polícia Civil, além de kits veiculares e mais equipamentos. No mês de junho, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais recebeu veículos e equipamentos, com investimento total de R$ 36,5 milhões.
O secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, ressaltou a importância da aquisição de novos veículos para as forças de segurança pública de Minas Gerais. “Para nós esta entrega é motivo de muita alegria porque vai aumentar a capacidade de mobilização desses dois efetivos que são estratégicos. Tenho certeza que os resultados virão com essa entrega e muitas que acontecerão deste momento até o próximo ano. São R$ 600 milhões de investimentos nas polícias Civil e Militar, no Corpo de Bombeiros e no Sistema de Defesa Social”, disse o secretário.
Também participaram da solenidade o chefe do Estado Maior, coronel Divino Pereira de Brito, o chefe do Gabinete Militar do Governador, coronel Luis Carlos Martins, o chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Silvio Antônio de Oliveira Melo, os secretários de Estado Danilo de Castro (Governo), Carlos Melles (Transporte e Obras Públicas), Wander Borges (Regularização Fundiária), parlamentares e prefeitos de municípios da Região Metropolitana contemplados com novas viaturas da Polícia Militar. 
Fonte: Agencia Minas


segunda-feira, agosto 12

Brigada Militar treina oficiais para direção policial em situações de risco

Complexo do Porto Seco, em Porto Alegre, virou cenário para simulação de perseguições e situações de aquaplanagem


O 1º Curso de Direção Policial Preventiva da Brigada Militar entrou em sua última semana com aulas. Na manhã desta segunda-feira, o Complexo do Porto Seco, em Porto Alegre, virou espaço para treinamentos de perseguição em alta velocidade, desvios de obstáculos, deslocamentos em comboio e situações de aquaplanagem.

— Nestas aulas de direção, eles aprendem que os veículos são ferramentas de trabalho. Dessa forma, eles devem conhecer tais ferramentas em toda a sua potencialidade. Assim como devem conhecer os seus próprios limites diante delas — explica o coordenador do curso, major Luciano Moritz Bueno.

O curso, cujo a sede fica na Escola de Formação e Especialização de Soldado, em Montenegro, tem duração de 40 dias (360 horas) e também aborda disciplinas como mecânica, didática — uma vez que terão de repassar o conhecimento para oficiais de suas regiões — e psicologia.

— Há um sentimento natural do policial ao assumir o controle de um viatura policial. Ele acha que está a salvo, que vai ligar as sirenes e o giroflash e o mar irá se abrir. Sabemos que não é assim. E é preciso que ele afaste essa energia negativa que pode colocar qualquer operação em risco. Por isso, as aulas de psicologia também se tornam indispensáveis — afirma o major.


De acordo com o oficial, os 14 oficiais, que representam os comandos regionais de policiamentos ostensivos da BM, irão se formar, na próxima segunda-feira com conhecimentos teóricos e práticos que devem ser multiplicados nas regiões em que atuam.

Fonte: Zero Hora



domingo, agosto 11

É mais fácil um homicida morrer do que ser condenado

Em 2010, a Justiça condenou 28 pessoas por assassinatos. No mesmo ano, 54 acusados de homicídios foram mortos


Nenhuma das pessoas acusadas de matar o metalúrgico Alysson Ruela irá cumprir pena na cadeia. Não se trata de um caso em que a polícia deixou de indicar suspeitos, pelo contrário. A Polícia Civil indiciou um casal pelo assassinato ocorrido em junho de 2010. Eles chegaram a ser réus de um processo judicial aberto pelo Tribunal do Júri de Curitiba. No entanto, antes que o julgamento ocorresse, ambos também foram assassinados.

O levantamento feito pela Gazeta do Povo revela que essa é uma situação comum: na verdade, há maior probabilidade de o suspeito de um homicídio ser assassinado do que de ser condenado pela Justiça. Até o momento, por exemplo, a Justiça condenou 28 pessoas por assassinatos cometidos em Curitiba no ano de 2010. O número de pessoas que eram suspeitas de cometer assassinatos no mesmo período e que se transformaram em novas vítimas de homicídios é quase o dobro – são 54 casos.

Em 52 desses 54 casos, as mortes aconteceram na fase de inquérito policial. Em duas ocasiões, os assassinatos ocorreram depois que os suspeitos já haviam sido indiciados, denunciados à Justiça e estavam respondendo a um processo penal. Assim como na história de Alysson, porém, o processo foi encerrado porque não havia mais réus a serem punidos. Tecnicamente, a Justiça chama isso de “extinção de punibilidade por morte do agente”. Fora do jargão, porém, isso significa que há uma falência do Estado.

O filósofo John Locke afirmava que uma sociedade passa da barbárie (o “Estado de Natureza”) para a civilização quando os cidadãos abrem mão de punir uns aos outros com as próprias mãos e passam a delegar essa função unicamente para o Estado. Quando as instituições não dão conta de aplicar a punição, porém, existe o risco de um retrocesso – de uma volta à barbárie e à justiça feita com as próprias mãos.

“Quando a população sente-se abandonada, com os crimes não sendo apurados, com pessoas sendo assaltadas e mortas sem que nada aconteça, uma parte da sociedade começa a aceitar, digamos, medidas ilegais de justiçamento. Aí surgem grupos de extermínio, os esquadrões da morte, que é a visão popular da justiça, como vingança. Uma visão com a qual o Direito moderno rompeu há mais de 200 anos”, diz Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mortes em série
Pela versão que a Delegacia de Homicídios conseguiu montar, Weslley e Jenifer foram a uma choperia atrás de Alysson Ruela em 27 de junho de 2003. A lanchonete, no Tatuquara, tinha revista na porta. O casal, porém, segundo as testemunhas, escondeu a arma num carrinho de bebê onde estava o filho de Jenifer, de 3 anos. Na lanchonete, segundo os policiais, houve uma discussão e Weslley atirou quatro vezes. Ele e Jenifer negaram que tivessem cometido o crime.

A delegacia, depois de ouvir dez depoimentos, acreditava ter elementos suficientes para apontar os dois como responsáveis pela morte. O Ministério Público concordou e o processo foi iniciado. Weslley, porém, foi morto em janeiro de 2011, num tiroteio, junto com mais duas pessoas. Jenifer passou a ser a única ré do processo.

Mas ela também não chegaria a ser julgada. Na primeira vez em que sofreu um atentado, Jenifer sobreviveu, mas ficou paraplégica. No segundo atentado, já presa a uma cadeira de rodas, levou 12 tiros e morreu. O Judiciário, informado do fato, arquivou o processo definitivamente.

Análise
Criminosos estabelecem “pena de morte” no país, diz promotora
O fato de suspeitos de crimes serem mortos antes mesmo de ir a julgamento indica que no Brasil há um “Estado paralelo”, que estabeleceu a pena de morte, opina a promotora Marcela Marinho Rodrigues. Responsável pela Promotoria de Inquéritos Policiais de Crimes Dolosos contra a Vida, que faz o acompanhamento do trabalho policial na investigação de assassinatos, Marcela diz que só uma atuação “mais organizada e presente” do Estado evitaria essa situação.

Segundo ela, o assassinato de criminosos é conse­quência das rixas entre gangues, muito mais do que da demora do Estado em punir os crimes. Mas ela afirma que é preciso atuar em duas frentes para reduzir o problema: reprimindo o crime com mais rapidez e eficiência, e atuando preventivamente ao urbanizar áreas pobres e fornecer serviços básicos à população.

Para Michel Misse, do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ, o que se criou no país foi um círculo vicioso. “O que se quer é que a polícia esclareça o crime, que se saiba quem foi que fez, e que essa pessoa seja processada judicialmente na forma da lei. Quando não se consegue fazer isso direito estamos no pior dos mundos, porque vamos ter bandidos matando e policiais matando bandidos, e aí é um circulo vicioso, de acumulação social da violência”, diz.

Outro lado
Secretário de Segurança afirma que UPS é resposta a círculo vicioso

O secretário de estado da Segurança Pública, Cid Vasques, afirma que o governo tem tomado providências para impedir que a criminalidade se perpetue nas regiões que hoje aparecem como as mais violentas de Curitiba. “A análise e o trabalho prévio de inteligência permitiram direcionar os recursos – materiais e humanos – da segurança pública para combater a criminalidade. Foi esse acompanhamento, inclusive, que motivou a instalação de Unidades Paraná Seguro (UPS) em bairros da capital”, disse, em nota enviada ao jornal. Segundo Vasques, essa estratégia “culminou com a redução dos registros de homicídios dolosos [com intenção de matar] em toda a capital: 36% a menos na comparação do primeiro semestre de 2013 com o mesmo período de 2010 (260 mortes neste ano e 404 em naquele ano)”. O delegado-geral da Polícia Civil, Riad Braga Farhat, admite que a agilidade do trabalho de investigação pode diminuir os crimes entre as gangues de Curitiba. Um dos fatores seria retirar das ruas o próprio criminoso, o que não só evitaria a reincidência dele como impediria que ele também fosse assassinado, alimentando o círculo vicioso. Mas para ele, em certa medida, os assassinatos em série e a vingança são uma consequência previsível para quem entra no mundo do crime. “Quem comete crime sabe que é uma vida curta”, diz o delegado, que assumiu a chefia da polícia há duas semanas.

Fonte: Gazeta do Povo



INSS abre inscrições de concurso com 300 vagas e salários de R$7 mil

Oportunidades contemplarão as superintendências regionais do INSS, sendo 44 para a Regional Norte Centro-Oeste , 45 para Nordeste, 89 para o Sudeste, 45 para a Sul e 77 para a Administração Central, em Brasília



O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abre nesta segunda-feira (12), as inscrições do seu concurso público com 300 vagas para analista. As oportunidades são para os graduados em Administração, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia com especialização em Segurança do Trabalho, Estatística, Arquitetura, Tecnologia da Informação, Terapia Ocupacional, Pedagogia, Psicologia, Comunicação Social (Jornalismo), Comunicação Social (Publicidade e Propaganda), Fisioterapia e Letras (Língua Portuguesa). 

De acordo com a Folha Dirigida, as vagas contemplarão as superintendências regionais do INSS, sendo 44 para a Regional Norte Centro-Oeste (Acre,  Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantis), 45 para Nordeste (Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão e Piauí), 44 para a Sudeste I  (São Paulo), 45 para Sudeste II (Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro), 45 para a Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) e 77 para Administração Central, em Brasília. 

As inscrições podem ser feitas a partir das 9 horas de segunda (12) até o dia 13 de setembro, pelo site da FunRio. A taxa de inscrição será de R$67,21. A carga de trabalho será de 40 horas semanais e os contratos  serão regidos pelo regime estatutário. A remuneração será de R$7.147,12.

O processo seletivo constará de uma prova objetiva, que ocorrerá em 13 de outubro em todas as capitais e diversas outras cidades. 

Fonte: Correio 24 Horas


 

 

Necessidade de repensar as polícias civil e militar ganha força no parlamento, na academia e nas redes sociais

Foto de divulgação

Tema de duas Propostas de Emenda Constitucional (PEC) esquecidas no Congresso, a desmilitarização da Polícia Militar ganhou corpo em episódios como a repressão da PM em São Paulo nos protestos e com o recente desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Na esteira do debate sobre a desmilitarização, assuntos como ciclo único (polícia responsável tanto pela repressão ao crime quanto pela função judiciária), corrupção nas corporações e mais eficiência na investigação vêm à tona. Para especialistas e defensores dos direitos humanos, seria hora de repensar a polícia. 
Na sexta-feira, foi informado o afastamento do coronel César Augusto Morelli do comando da Tropa de Choque da PM paulista, entre outras razões, pela contestada atuação nos protestos. Também surgiu a informação de que um traficante teria matado o pedreiro Amarildo para incriminar a PM. 

A discussão sobre a reinvenção das corporações ocorre num contexto de violência em alta. O Brasil só perde para Venezuela e Colômbia em taxa de homicídios na América Latina, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), e tem a maior quantidade de mortes violentas do mundo em números absolutos, com cerca de 50 mil por ano — a Índia, segunda colocada, tem 40 mil homicídios por ano, com população cinco vezes maior que a brasileira. Para piorar, a taxa de solução desse tipo de crime no Brasil é de apenas 8%. E ainda há os cerca de 8,6 mil casos que não entram na estatística, conforme revelou na semana passada o Mapa dos Homicídios Ocultos, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em maio de 2012, a Dinamarca chegou a recomendar, na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que o Brasil extinguisse a Polícia Militar. A Anistia Internacional tem a mesma postura, em defesa da unificação das polícias em um padrão civil, com ciclo único (leia entrevista abaixo). O sociólogo Marcos Rolim é adepto da ideia de manter as duas polícias, mas com o ciclo completo em ambas (policiamento e investigação), sendo os casos divididos por tipo de delito. 

— O problema é que temos duas metades de polícia que ficam brigando uma com a outra e não compartilham informação — observa Rolim.

Com a estrutura atual, prevista no artigo 144 da Constituição Federal, à PM cabe o policiamento ostensivo e à Civil as funções de polícia judiciária. Na visão do delegado Fábio Motta Lopes, diretor da Divisão de Ensino da Academia de Polícia Civil (Acadepol) e professor de Direito na Unisinos, o ciclo completo nas duas esferas é inviável. 

— Policiamento de rua e investigação criminal são funções totalmente distintas — defende Lopes.

À semelhança das Forças Armadas

Por trás do termo desmilitarização há ainda outro aspecto sensível: a PM é constitucionalmente definida como uma força reserva do Exército, portanto, submetida a um modelo organizacional concebido à imagem e semelhança das Forças Armadas em questões de hierarquia e disciplina.

— Na medida em que não estão organizadas como polícias, mas como pequenos exércitos, os resultados são, salvo honrosas exceções, os desastres que conhecemos: ineficiência no combate ao crime, incapacidade de exercer controle interno, insensibilidade no relacionamento com os cidadãos — enumera o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário nacional de Segurança Pública. 

Essa característica estrutural teria reflexos no treinamento dos soldados, voltado para combater o inimigo e não para mediar conflitos sociais. O coronel reformado da Polícia Militar do Distrito Federal Jair Tedeschi diz que o treinamento militar acabou — exceto nas unidades de choque. Durante os protestos no país, foi justamente a tropa de choque que atuou na contenção de multidões e na repressão aos grupos de vândalos infiltrados nos movimentos sociais. Em Estados como Rio e São Paulo, multiplicam-se críticas às corporações. Na Capital, 50 expedientes foram abertos pela Defensoria Pública para apurar supostos excessos na conduta policial.

PÍLULAS PARA DEBATE
Confira algumas propostas, com argumentos a favor e contra

Menos violência: a defesa da desmilitarização ganhou força após a repressão às manifestações de rua, principalmente no centro do país.
* Desvincular a PM das Forças Armadas. Acabaria com a hierarquia militar interna, abrindo mais a instituição. 
* Poderia resultar em um enfraquecimento da instituição, calcada em hierarquia e disciplina inspiradas no Exército.

Mais transparência: mais proximidade com as comunidades e mais transparência na prestação de contas de suas ações. 
* Aumentaria o índice de confiança popular na polícia.
* Não há contrariedade nesse ponto.

Ciclo completo: A PM começa o que não termina e a Civil termina o que não começa. Polícias devem patrulhar e investigar.
* Seriam solucionados problemas de concorrência entre as duas estruturas hoje existentes e de baixa cooperação mútua.
* As funções são muito distintas. A separação aumentaria os mecanismos de controle, uma estrutura regulando a outra.

Carreira única: delegados da Polícia Civil e oficiais da Polícia Militar têm carreiras distintas de inspetores e soldados.
* Aumentaria a perspectiva de progredir na carreira.
* Criaria uma demanda por recrutas mais especializados já no processo seletivo inicial.

Fontes: Fábio Motta Lopes, delegado e diretor da Divisão de Ensino da Acadepol, Jair Tedeschi, coronel reformado da Polícia Militar do Distrito Federal, Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, Marcos Rolim, sociólogo e consultor em segurança pública e Maurício Santoro, cientista político e assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil.

ENTREVISTA — Jair Tedeschi, coronel da PM e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal
Coronel reformado da PM do Distrito Federal há 17 anos, Jair Tedeschi diz temer que a desmilitarização da polícia enfraqueça a hierarquia e a disciplina que sustentam a instituição há mais de 200 anos. Em entrevista, Tedeschi falou sobre mudanças na formação da polícia brasileira.

Zero Hora São cada vez mais frequentes os questionamentos sobre a ação policial. O Brasil precisa repensar o seu modelo?
Jair Tedeschi A sociedade se rebela contra o cerceamento de qualquer direito. E esquece que tem dever. Ela quer ter o direito de se manifestar da forma mais livre possível, então inventou a nova bandeira da desmilitarização. A Polícia Militar recebeu essa denominação por causa da sua criação, mas hoje é muito mais cidadã. É uma força militar reserva do Exército para ser empregada numa situação extrema, mas está à disposição do Estado. Ela vem se transformando cada vez mais numa polícia cidadã.

ZH Então o senhor é contra a desmilitarização?
Tedeschi — Desmilitarizar é tirar a hierarquia e a disciplina. Você tem uma instituição como a Brigada Militar aí no Sul, e a Polícia Militar, que são bicentenárias e estão vivas até hoje porque são calcadas em hierarquia e disciplina. 

ZH Mesmo no modelo que está posto, o treinamento da polícia poderia ser menos voltado para o enfrentamento?
Tedeschi O treinamento militar acabou. Se você pegar hoje o currículo de formação de qualquer academia vai encontrar matérias realmente muito mais voltadas para o social. Hoje nos quartéis não existe mais esse negócio de ficar em forma, de fazer educação física, de treinar tiro. À exceção das unidades de choque, que são um pouco mais aquarteladas. 

ZH E qual sua opinião sobre a unificação das polícias civil e militar? 
Tedeschi Falando como cidadão, não como policial, quero uma polícia que me proteja. Quero ter uma entidade que me defenda, que esteja na rua evitando crime e que esteja apurando crime. Se for uma polícia única, tudo bem. Acho bom unificar, mas será que todo mundo aceita? No início de Brasília, nos anos 60, era uma polícia única, a Guarda Especial de Brasília. Depois é que se separou. Poderia ter sido um embrião, mas não foi essa a ideia. Se funciona? Funcionou naquele período.

ENTREVISTA — Maurício Santoro, assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil
O cientista político Maurício Santoro, assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil, defende a extinção da Polícia Militar e unificação das polícias num padrão civil. Confira trechos da entrevista.

Zero Hora O atual momento do país gerou questionamentos em torno da estrutura da polícia brasileira. O Brasil precisa repensar o seu modelo de polícia?
Maurício Santoro É uma pauta que não nasceu agora, mas ganhou um novo gás porque um conjunto muito significativo de pessoas da classe média, que não costuma ser vítima da violência policial, passa a ser, e isso gerou uma revolta. Em alguns lugares, como no Rio, tem havido uma interlocução entre os ativistas de classe média e os moradores das favelas. Isso ficou muito evidente no caso do Amarildo, que está simbolizando de uma maneira muito forte vários problemas que envolvem a Polícia Militar e a segurança pública.

ZH O que o senhor pensa sobre a unificação das polícias Civil e Militar?
Santoro Nossa posição (da Anistia Internacional) é de que a polícia brasileira seja unificada num padrão civil. Uma polícia de ciclo único, responsável tanto pelas funções de prevenção e repressão ao crime quanto da polícia judiciária. O modelo policial do Brasil coloca duas polícias num nível de cooperação frágil, isso acaba criando um ambiente que favorece o crime. A persistência da impunidade, a enorme dificuldade de a polícia investigar a si mesma, a existência de uma Justiça Militar dificultam muito qualquer reforma. 

ZH Uma polícia nesse formato seria mais transparente?
Santoro Sim. Seria mais transparente, teria uma melhor prestação de contas, teria um outro tipo e relação com a sociedade. A lógica da Polícia Militar, sobretudo no Brasil, que é braço das Forças Armadas, é combate. Ela é treinada para enfrentar o inimigo. Só que isso é uma situação de campo de batalha e não de segurança pública, que deveria ter tipo de diálogo, um envolvimento mais forte com o dia a dia das comunidades onde atua. Outra situação que a militarização atrapalha muito no Brasil é que cria uma estrutura hierárquica rígida, de modo que um policial que queira criticar um oficial que esteja numa atitude ilegal, por exemplo, não vai encontrar ambiente favorável. Muito pelo contrário.

Fonte: Zero Hora