quinta-feira, agosto 15

Associação de PMs vai doar R$ 300 mil para defesa de réus do massacre do Carandiru

Foto de divulgação

Os policiais acusados de participação no massacre de Carandiru terão parte de suas despesas com advogados paga pela Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A entidade vai disponibilizar R$ 300 mil para o pagamentos dos honorários. 
 
"O que ganhamos mal dá para comer, ainda temos que pagar advogados, não dá", disse o cabo Wilson Morais, presidente da associação. Segundo ele quem pagou os advogados até agora foram os próprios réus, em cotas que variam de R$ 500 a R$ 1 mil, dependendo da patente do acusado. A verba foi aprovada de forma unanime em assembleia da entidade e será entregue em três cheques de R$ 100 mil cada. 
 
A estimativa da associação é que o valor do processo possa chegar a R$ 900 mil, caso os réus tenham que recorrer ao STF. Nas duas primeiras fases do julgamento, que aconteceram em abril e agosto deste ano, os policiais foram representados pela advogada Ieda Ribeiro de Souza. 
 
Para Wilson, quem deveria pagar o valor é o Estado de São Paulo. "Eles estavam lá [no Carandiru] em serviço, no estrito cumprimento do dever legal, por ordem da secretaria de Segurança Pública. A obrigação de pagar é do Estado".  Ele disse que depois do fim do processo, a associação planeja entrar na justiça contra o governo de São Paulo para receber de volta os valores. 
 
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública disse que o caso é de responsabilidade da Procuradoria Geral do Estado. Por meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria disse que só se manifesta em casos que já estão na justiça. Também afirmou que não poderia defender os policiais pois ela representa apenas o Estado dentro do poder judiciário, sendo proibida por lei de representar funcionários públicos ou outras pessoas físicas. 
 
Julgamento 
 
No dia 2 de outubro de 1992 os policiais foram chamados para conter uma rebelião no presídio do Carandiru, na zona norte de São Paulo. Depois da invasão do local, 111 presos foram mortos. 
 
O julgamento dos policiais começou em abril deste ano e é dividido em quatro partes, cada uma relativa a um dos andares do presídio. As duas primeiras etapas já aconteceram. Até agora 48 policiais já foram condenados pelos homicídios, mas eles podem recorrer em liberdade.

Fonte: Jornal Hoje Em Dia






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