Região acha que teria mais possibilidade de receber incentivos
Se fosse desvinculada da região do Vale do Aço, a microrregião do Vale do Rio Doce, onde se localiza a cidade-polo de Governador Valadares, teria um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 7,6 – comparável aos 7,8 do Vale do Jequitinhonha, que é uma das regiões mais pobres do Estado e do país.
Levando em conta os indicadores de todo o Vale do Aço, esse índice cai para 4,3. Vale destacar que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é melhor o índice quanto mais próximo de 1.
Há mais de uma década, Governador Valadares, principal cidade do Vale do Rio Doce, briga para sair da região do Vale do Aço. “Temos de nos assumir como pobres. Só assim conseguiremos ser enxergados pelo poder público”, reclama a presidente da regional do Vale do Rio Doce da Fiemg, Rosane Maria Rocha de Azevedo.
Apesar de essa ter sido a principal reivindicação apresentada pelas lideranças empresariais do município ao vice-governador de Minas, Alberto Pinto Coelho (PPS), que fez uma palestra para o setor privado valadarense na manhã de ontem, Rosane saiu do encontro sem confiar numa resolução para o problema.
“Tem doze anos que os deputados dizem que estão trabalhando por isso, mas nada acontece. Agora o vice-governador vem e diz que pretende avaliar a situação, mas já dizendo que o Estado conhece a realidade do Vale do Rio Doce”.
Questionado sobre o assunto, Pinto Coelho se limita a dizer que a questão “precisa ser considerada”.
Rosane acha que se for tratada como uma região específica, o Vale do Rio Doce tem mais possibilidades de receber incentivos e investimentos. O Vale do Jequitinhonha, por exemplo, integra a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e recebe incentivos fiscais para atração de investimentos.
Demandas. Um documento formulado pela Fiemg foi entregue pessoalmente ao vice-governador com uma pauta de demandas consideradas estratégicas para a região.
Além da separação do Vale do Aço, a entidade cobrou celeridade nas obras de modernização do aeroporto regional e também do hospital regional e a duplicação completa da BR-381 até o município de Governador Valadares, já que o projeto executivo prevê que nos 70 quilômetros entre Belo Oriente e Governador Valadares seja construída apenas uma terceira faixa.
Rosane Maria de Azevedo, que também é empresária do setor de vestuário, diz que outro problema de Valadares é a diferença no ICMS cobrado no Espírito Santo.
Enquanto em Minas o tributo é de 18%, no Espírito Santo o índice é de 12%.
O resultado, segundo ela, é que a matriz de várias empresas com sede em Valadares se muda para o Estado vizinho para pagar menos tributos. A prefeita da cidade, Elisa Costa, que é do PT, não participou do encontro.
Aeroporto
Ampliação. Alberto Pinto Coelho anunciou, ontem, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, a ampliação e modernização do aeroporto do município. Ele não deu mais detalhes.
Fonte: Jornal O Tempo
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