domingo, julho 7

Cidade de Minas dá R$ 1 mil para quem capturar suposta assombração


A noite caía em um domingo de maio e Daniel Pinto, de 46 anos, se preparava. Ele já estava há quatro dias sem tomar banho. Por volta das 20h, ainda passou banha de cordeiro pelo corpo. Todo esforço era pelo bem da cidade mineira de Barra Longa. O Leão, como é conhecido, estava ali para caçar o Caboclo D’Água, criatura que os moradores juram existir. Ela seria uma mistura de lagartixa com macaco e galinha, que, diz a lenda, já matou 11 pessoas nos últimos 50 anos.

- Foi difícil. Estávamos ali só eu, Deus e uma cabra - conta Daniel, que ficou dentro de uma gaiola como isca humana e ganhou R$ 1 mil por isso: - A recompensa era boa. Mas queria pegar ele...

Como se vê, monstro é coisa séria para o pessoal do interior de Minas. O dinheiro da recompensa de Daniel foi pago pela Associação de Caçadores de Assombrações de Mariana (Acam). O grupo, formado por 53 pessoas, também oferece R$ 10 mil para quem tirar uma foto do Caboclo (o retrato falado do bicho está no alto da página).

Ninguém prova que ele existe. Mas, na cidade, muitos dizem que já viram a criatura. Pra acabar com as desconfianças, fizeram a primeira caçada, que não deu certo. A segunda está marcada para este mês. O problema é que a Polícia Ambiental não gostou da experiência: não havia um plano de fuga para a cabra e, por isso, não está liberando a nova tentativa. O único que tinha chance de escapar de um ataque era Daniel.

- Tentamos por diversos meios capturar a criatura, sem matá-la. Mas ela sempre se saía melhor... - lamenta Leandro Henrique, criador da Acam.

O Caboclo D’Água que aguarde. Daniel voltará a servir de isca, mas nem vai cobrar cachê. É pela honra:

- Tô preparado pra isso. Se eu botar a mão nele, não solto mais. Será a alegria do povo. Vai ter até festa aqui no meu rancho, sô!

Fonte: Jornal Extra

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