A noite caía em um
domingo de maio e Daniel Pinto, de 46 anos, se preparava. Ele já estava há
quatro dias sem tomar banho. Por volta das 20h, ainda passou banha de cordeiro
pelo corpo. Todo esforço era pelo bem da cidade mineira de Barra Longa. O Leão,
como é conhecido, estava ali para caçar o Caboclo D’Água, criatura que os
moradores juram existir. Ela seria uma mistura de lagartixa com macaco e
galinha, que, diz a lenda, já matou 11 pessoas nos últimos 50 anos.
- Foi difícil.
Estávamos ali só eu, Deus e uma cabra - conta Daniel, que ficou dentro de uma
gaiola como isca humana e ganhou R$ 1 mil por isso: - A recompensa era boa. Mas
queria pegar ele...
Como se vê, monstro é
coisa séria para o pessoal do interior de Minas. O dinheiro da
recompensa de Daniel foi pago pela Associação de Caçadores de Assombrações de
Mariana (Acam). O grupo, formado por 53 pessoas, também oferece R$ 10 mil para
quem tirar uma foto do Caboclo (o retrato falado do bicho está no alto da página).
Ninguém prova que ele
existe. Mas, na cidade, muitos dizem que já viram a criatura. Pra acabar com as
desconfianças, fizeram a primeira caçada, que não deu certo. A segunda está
marcada para este mês. O problema é que a Polícia Ambiental não gostou da
experiência: não havia um plano de fuga para a cabra e, por isso, não está
liberando a nova tentativa. O único que tinha chance de escapar de um ataque
era Daniel.
- Tentamos por
diversos meios capturar a criatura, sem matá-la. Mas ela sempre se saía melhor...
- lamenta Leandro Henrique, criador da Acam.
O Caboclo D’Água que
aguarde. Daniel voltará a servir de isca, mas nem vai cobrar cachê. É pela
honra:
- Tô preparado pra
isso. Se eu botar a mão nele, não solto mais. Será a alegria do povo. Vai ter
até festa aqui no meu rancho, sô!
Fonte: Jornal Extra
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