quarta-feira, julho 3

Polícia identifica 80 autores de vandalismo

Maior parte dos que depredaram patrimônio é ligada ao movimento anarquista Black Block



A Polícia Civil de Minas já identificou 80 pessoas que protagonizaram atos de vandalismo e de depredação do patrimônio nas manifestações ocorridas em Belo Horizonte, durante a Copa das Confederações. O superintendente geral de investigação da corporação, Jeferson Botelho, afirmou que a maior parte delas tem ligação com o movimento Black Block, grupo formado por anarquistas que se vestem de preto e usam máscaras para garantir o anonimato. A polícia não informou quantos desses 80 estão presos.
“É um possível grupo extremista e radical. Foi formado nos idos de 1980, quando havia o chamado movimento autonomista reivindicando vários direitos”, explicou Botelho. “A polícia está investigando isso com muito critério, no sentido de individualizar a conduta de cada um e apresentar ao Poder Judiciário”, afirmou.
Em um manual publicado pelo grupo no Facebook é destacado que “o que eles (os governos) fazem conosco todos os dias é uma violência”. A página já tem mais de 22 mil curtidas. Na rede social, existem mais de 30 perfis de diferentes locais do mundo identificados como Black Block.
Segundo Botelho, as pessoas foram identificadas a partir da análise técnica de imagens e de vídeos divulgados após os protestos. Ontem, ele se reuniu com a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa para examinar as filmagens. Ele explicou que também foram realizadas perícias nos locais depredados para colher materiais que permitam uma possível identificação de novos suspeitos por meio de DNA. A busca também está ocorrendo na internet, a partir de perfis nas redes sociais. “Os inquéritos estão sendo instaurados, e as medidas preventivas deferidas pelo Poder Judiciário. Cumprimos mandados de prisão, de busca e apreensão, e ainda nesta semana teremos novas prisões”, garantiu.
Desde o início dos protestos na capital, 141 pessoas foram detidas por crimes como dano ao patrimônio, formação de quadrilha, milícia e incêndio. As penas para esses delitos variam de três a oito anos de reclusão. Do total de prisões, 45 foram em flagrante.
Segundo o promotor Rodrigo Fonte Boa, cerca de 500 a 600 pessoas cometeram atos de vandalismo e devem ser identificadas pela polícia. Ontem, o tenente-coronel da Polícia Militar Alberto Luiz e o major Gilmar Luciano estiveram na reunião e reafirmaram que a ação da PM foi correta. “Os manifestantes pacíficos, inconscientemente, fizeram uma barreira entre a polícia e os vândalos”, afirmou Alberto Luiz.

Fonte: Jornal O Tempo

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