Responsável por montar o time que levou o Atlético-MG à sua primeira
final de Libertadores, o presidente Alexandre Kalil está indignado com a
decisão da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) que tirou o jogo
decisivo contra o Olimpia, do Paraguai, do estádio Independência.
Em entrevista à Folha, o cartola disse
que os clubes brasileiros devem abandonar a competição caso a sequência de
problemas com as equipes nacionais continue acontecendo. E afirmou ainda que o
técnico Cuca está preparado para ganhar.
No Independência, o Atlético-MG está invicto há 38
partidas. Na Libertadores deste ano, empatou apenas um e ganhou cinco.
O primeiro jogo da final será nesta quarta-feira,
às 21h50, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, que tem capacidade para
38 mil espectadores, segundo a federação paraguaia de futebol.
Folha -
Como está a situação para que o Atlético-MG jogue no Independência?
Alexandre
Kalil - Após muitos anos, existe uma confederação brasileira preocupada
com os clubes. E o que me interessa é isso. É a minha opinião: a CBF agora está
olhando para os clubes. Querem esculhambar o cara [Marin] por causa da
Revolução de 1964. Eu tinha cinco anos. Estou orgulhoso com a postura da CBF.
O que a
CBF está fazendo para a final ser no Independência?
Emitiram
uma nota dizendo que o Atlético tem direito de jogar no Independência. Não acho
que a CBF vá perder um embate com a confederação paraguaia e com a Conmebol.
Não tem a menor condição de isso acontecer, pela força do futebol brasileiro.
Mas a
Conmebol já divulgou que o jogo de ida acontece no Defensores Del Chaco, e o de
volta no Mineirão.
Se o jogo
for para o Mineirão, [a Libertadores] não tem regra. O Defensores Del Chaco não
tem 40 mil lugares. O Independência também não. O regulamento está aqui [prevê
que os estádios da final tenham capacidade de pelo menos 40 mil espectadores] e
ele não está sendo respeitado. Tem de haver isonomia.
E o que
pode ser feito então?
Chega de
roubalheira. Nós fomos prejudicados aqui contra o Newell's Old Boys, o Corinthians
foi prejudicado aqui. Se continuar essa bandalheira, é melhor os brasileiros
não disputarem a Libertadores.
O senhor
acha que o Atlético-MG foi beneficiado no episódio do jogo contra o São Paulo,
quando o senhor foi levado pelo Marin à Conmebol para pedir arbitragem
estrangeira?
A minha
ida para a Conmebol com o Marin e com o Marco Polo foi um pleito. O São Paulo
não teve isso porque não quis. Ele [Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo]
poderia ter ido. Eu pedi e fui.
Pelo o
que o senhor fala, vai apoiar o Marin e votar no Marco Polo Del Nero na eleição
da CBF, no ano que vem?
O meu
voto é deles, claro. Não é nem pelo que fazem agora. Se for contra o Andres, eu
voto no Marco Polo. O Andres implodiu o que o futebol brasileiro tinha de mais
importante, o Clube dos 13.
Como é
para o senhor ter montado o time que chegou pela primeira vez na história do
clube à final da Libertadores?
Foi
trabalho e muita, muita sorte. Sorte de ter encontrados os jogadores certos.
Qual a
importância do Ronaldinho e do Cuca nessa campanha atual?
São
fundamentais. O Ronaldinho, dentro de campo, é importantíssimo. Mas o Cuca...
Não esperava um técnico tão preparado para ganhar. Ele agora está preparado
para ganhar.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
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