“Se isso acontecer novamente [os protestos] em 2014, podemos questionar se tomamos a decisão certa ao conceder o direito ao Brasil”, afirmou Blatter
A onda de protestos na Copa das Confederações, em junho, ainda assombra a Fifa. A preocupação ficou evidente hoje, quando o presidente da entidade, Joseph Blatter, disse que, se os atos voltarem a ocorrer em 2014, a escolha do Brasil como sede terá se mostrado errada.
A declaração do suíço foi dada à agência de notícias alemã DPA e confirmada à Folha de S.Paulo pela assessoria de imprensa da Fifa. “Se isso acontecer novamente [os protestos] em 2014, podemos questionar se tomamos a decisão certa ao conceder o direito ao Brasil”, afirmou ele. Blatter, porém, ressaltou que ainda acredita que o Brasil realizará uma grande Copa do Mundo. “Estou confiante de que o Brasil fará uma grande Copa. É o lugar certo”, disse o cartola, segundo a assessoria da Fifa.
Ele afirmou que terá um encontro, em setembro, com a presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto. Procurados para comentar a declaração de Blatter, Planalto e Ministério do Esporte não se pronunciaram.
O discurso do mandatário da Fifa é diferente daquele apresentado pela Fifa logo após o fim da Copa das Confederações. Na ocasião, foi dada nota 8 para a organização da competição. Milhares de brasileiros saíram às ruas durante o torneio preparatório para a Copa, em junho passado, exigindo melhores serviços públicos e questionando os custos para ser sede do Mundial. No dia 15, em Brasília, Blatter e Dilma Rousseff foram vaiados antes da partida entre Brasil e Japão. O cartola se irritou e pediu “fair play” (jogo limpo) aos torcedores.
Durante a competição, a Fifa se preocupou com a segurança das delegações e de seus funcionários. Em Salvador, o hotel que servia como QG para a entidade foi atacado durante um dos protestos. Dois ônibus com identificações da entidade tiveram os vidros quebrados.
Como a Folha de S.Paulo revelou em 21 de junho, ainda na fase de grupos da Copa das Confederações, a Fifa e parceiros da entidade cogitaram levar as finais para outro país, caso entendessem que não haveria segurança para finalizar o torneio. A possibilidade chegou até o governo federal. Pelo menos duas seleções participantes da Copa das Confederações manifestaram preocupação com a segurança de familiares, que viajaram para ver as partidas.
Sexta-feira, a Fifa divulgará os preços e detalhes das vendas de ingressos para a Copa do Mundo de 2014. Logo após o fim da Copa das Confederações, o secretário-geral Jérôme Valcke disse que a entidade não pensava em fazer alterações na tabela ou em qualquer parte do cronograma da Copa por causa da possibilidade de novas manifestações em 2014.
Pedido de CPI Com a assinatura de 192 deputados e 28 senadores, a proposta de CPI foi protocolada hoje no Congresso para investigar os gastos da Copa-14. Para ser aceito, o requerimento tem de ter, no mínimo, o apoio de 171 deputados e 27 senadores. A leitura do pedido será em agosto. Até lá, o número de assinaturas pode mudar.
Fonte: Correio 24 Horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário