Depois de uma semana em que se
envolveu em mais uma polêmica, sobre seu impedimento prometido, mas não
cumprido, nas causas patrocinadas pelo advogado Sergio Bermudes, o
ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, tem mais um abacaxi para
descascar. Nesta edição da revista Veja, a principal nota da coluna
Radar aponta para outro possível conflito de interesses. Fux colocou na
gaveta uma ação de R$ 100 milhões, que pode beneficiar o governo do Rio
de Janeiro, do amigo Sergio Cabral.
Trata-se de uma ação movida por 15 funcionários da
Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), que reivindicam um abono
salarial, devidamente corrigido, da década de 90. Os trabalhadores
tiveram ganho de causa e o direito reconhecido pela Justiça Trabalhista.
O governador do Rio, no entanto, decidiu levar a ação para
o Supremo Tribunal Federal e vinha sendo derrotado por dois votos a um,
quando, surpreendentemente, Fux decidiu pedir vista do processo. Desde
então, o caso está engavetado.
O conflito de interesses decorre de um fato constrangedor.
Na festa que comemoraria os 60 anos de Fux, Sergio Bermudes, que
emprega Mariana, filha do ministro, também lançaria sua candidatura para
desembargadora, num evento preparado para cerca de 300 pessoas
influentes no Poder Judiciário. E esta nomeação dependeria da decisão
direta do governador do Rio, Sergio Cabral. Diante da repercussão
negativa da festa – Bermudes declarou ao 247 que estava pagando tudo do
próprio bolso, o evento foi cancelado.
Afora isso, Fux revelou, numa entrevista à jornalista
Monica Bergamo, da Folha, que, em sua escalada rumo ao Supremo Tribunal
Federal, usou em seu favor uma decisão que permitiu à União economizar
R$ 20 bilhões, na época em que Antonio Palocci era ministro da Fazenda.
"Você poupar 20 bilhões de dólares, o governo vai achar o máximo. Aí
toda vez que eu concorria, ligava para o Palocci", disse Fux à
jornalista, revelando ter adotado um critério mais político do que
técnico.
Se Fux agiu desta maneira quando quis ser nomeado para o
STF, agiria diferentemente em relação à nomeação da filha? É a pergunta
que paira suspensa no ar.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário