Para ser exportado, o Guarani ainda precisa receber a certificação oficial do Exército Brasileiro
Inicialmente, foram encomendadas 102 unidades do blindado, mediante contratos de R$ 282 milhões, mas o comandante do Exército, general Enzo Peri, reiterou ontem que poderão ser pedidos 2.044 veículos nos próximos20 anos. Se a projeção se confirmar, o contrato poderá chegar a R$ 6 bilhões.
“A América Latina é um mercado de alguns milhares de unidades”, afirmou o diretor-geral da Divisão de Veículos Especiais da Iveco Latin America, Paolo Del Noce. O otimismo do executivo faz sentido. O Guarani foi desenvolvido para substituir o blindado Urutu, fabricado no Brasil pela extinta Engesa a partir de 1974. Entre os países latino-americanos, o Urutu foi adquirido pela Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Uruguai e Venezuela.
Essa frota envelhecida, que beira os 30 anos, está em vias de se aposentar e é um mercado potencial para o Guarani, que será ofertado por um fornecedor conhecido e sem histórico de embargos para vizinhos.
Interessados
De acordo com Del Noce, a Argentina já manifestou interesse em avaliar o Guarani, em um lote inicial que pode chegar a 14 unidades. Chile e Colômbia também demonstraram interesse, assim como países do Oriente Médio buscaram informações sobre o blindado.
“O Guarani tem despertado a atenção de vários países”, comemorou Marco Mazzu, presidente da Fiat Industrial Latin America.
Para o Guarani ser exportado, porém, ainda falta a certificação oficial do Exército Brasileiro, o que deve acontecer no terceiro trimestre. Conforme o coronel Armando Ferreira, supervisor da Gerência de Pesquisa e Desenvolvimento do projeto do Guarani, as primeiras 102 unidades do veículo serão direcionadas para a 15ª Brigada de Cascavel, no Paraná, onde a infantaria do Exército será mecanizada.
A fábrica da Iveco Veículos de Defesa foi instalada no Complexo Industrial da Iveco em Sete Lagoas, em uma área de 30 mil metros quadrados, 18 mil deles de área construída, e vai representar 15% do faturamento da empresa na América Latina.
A planta poderá ser ampliada em três ou quatro anos, dependendo da demanda, e poderá fabricar o veículo blindado multifuncional LMV, um jipe militar que tem 4 mil unidades vendidas na Europa, e versões militarizadas de caminhões.
Fonte: Jornal Hoje Em Dia
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