Problema que ganhou projeção nos últimos anos, o bullying agora pode ser combatido pelas instituições de ensino por meio da contratação de um seguro específico com cobertura para vítimas. Antes mesmo de chegar ao mercado, o produto, que promete ser o aliado de escolas no gerenciamento dos casos, já é motivo de polêmica. A assistência médica e educacional que passa a ser ofertada para vítimas de agressão, física ou psicológica, é considerada inadequada pelo presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), Emiro Barbini.
“Acho que não é vantajoso. Com esse tipo de produto, a instituição não trabalha com a raiz da questão. A solução não é apagar incêndio, é evitar que o incêndio aconteça”, avalia Barbini.
A assistência, que está em fase de implantação por uma seguradora com abrangência nacional, é vendida como uma arma de prevenção e não de combate.
“É uma forma de garantir a pais e educadores que há uma garantia de tratativa da questão, o que incluiu diagnóstico, tratamento e assistência escolar na casa da vítima, caso seja necessário”, explica Patrícia Ferreira, coordenadora de Produtos e Mercadologia da Brasil Assistência, unidade no país de uma multinacional de seguros.
“Não há rejeição por parte do mercado, uma vez que trata-se de um problema recorrente e atual, com demanda para esse tipo de oferta”, alega João Carlos Ayres, gerente de Marketing da empresa. Disponível para todo o Brasil, o pacote inclui orientação psicológica, nutricional, avaliação psiquiátrica, atendimento psicoterápico, descontos em medicamentos e assistência farmacêutica para as vítimas do bullying.
Apesar dos benefícios alegados, a solução, para o presidente do Sinep, está no trabalho para evitar agressões. “Com um produto como esse, a escola poderia assumir uma postura de ‘lavar as mãos’, uma vez que tem um suporte garantido. A ideia é que o bullying seja discutido por pais e educadores, que podem evitar que ele aconteça”, defende Barbini.
Fonte: Jornal Hoje Em Dia
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