A chuva da madrugada desta sexta-feira (27) invadiu casas, provocou deslizamentos e destruiu ruas na cidade de Timóteo, além de desalojar três famílias do bairro Alegre. De acordo com a Defesa Civil, 279 pessoas tiveram que deixar suas casas nos últimos 10 dias na cidade.
Além do Alegre, os bairros Limoeiro, Alphaville, além do distrito de Cachoeira do Vale foram fortemente afetados pela forte precipitação e, assim como em Coronel Fabriciano, pela cheia do Rio Piracicaba.
O coordenador da Defesa Civil de Timóteo Delmando Luiz Amorim classificou o temporal da madrugada como “um evento de grande proporção”. Segundo ele, durante parte da noite e na madrugada desta sexta-feira, o órgão municipal atendeu a 38 ocorrências e trabalhou nas primeiras horas da sexta para fazer o rescaldo das ruas, desocupar moradias e desobstruir vias atingidas. Contudo, Delmando ressaltou que até o momento não há registros de vítimas fatais na cidade.
Atualmente, a prefeitura de Timóteo mantém três abrigos para famílias desalojadas; um no bairro Ana Moura, outro no Alegre e um terceiro no Cachoeira do Vale. De acordo com Delmando Amorim, os locais contam com toda infra-estrutura de logística e também de alimentação, grande parte fruto de doações da comunidade.
Na cidade, uma campanha de arrecadação de ítens para famílias que tiveram perdas nas chuvas vem sendo realizada desde o início da semana. Ontem, a Defesa Civil informou que as maiores necessidades no momento são os alimentos e aparelhos eletrônicos.
Conforme o coordenador da Defesa Civil, a previsão para os próximos dias é de mais chuva para grande parte do estado, incluindo todo o Leste mineiro. Há previsão de chuva acumulada acima de 100 milímetros nos próximos sete dias para Timóteo, Governador Valadares e Teófilo Otoni.
Sem acesso
A chuva também provocou estragos na principal via de acesso aos bairros Santa Terezinha, Limoeiro e Alphaville. Com o grande volume de água, barrancos ameaçam ceder e invadir a pista da avenida do Rodoviários e destruir o asfalto da avenida Pinheiros, que já começou a ceder.
As duas vias é a forma mais utilizada pelos moradores da regional leste para saírem em direção ao Centro de Timóteo e também para as cidades de Coronel Fabriciano e Ipatinga.
A avenida dos Rodoviários, na altura do Limoeiro, ficou interditada na parte da manhã e foi liberada por volta do meio dia, após uma grande quantidade de pedra e lama descer para a pista, impedindo o tráfego de ônibus, caminhões e veículos pequenos.
A situação ameaça também algumas dezenas de companhias que funcionam no distrito industrial da cidade, situado no Limoeiro. Nesta sexta-feira, um caminhão que levaria bobinas para uma indústria de estamparia de aço não conseguiu chegar ao local devido às condições da avenida Pinheiros, que estava tomada pela lama.
A via, que é asfaltada, se assemelhava à uma estrada vicinal. Uma indústria da localidade dispôs de um trator próprio para tentar retirar o barro da pista, trabalho que perdurou até a noite.
Kazuya Nakaba, gerente administrativo da Tessin Minas, contou que a empresa tomou um grande prejuízo em decorrência das chuvas há oito anos e por isso fez investimentos estruturais ao longo da avenida. No entanto, a falta de manutenção da obra por parte do poder público fez com a situação chegasse a um estado crítico.
Oerente diz ainda que além de transtornos, as chuvas trazem muitos atrasos. “Os caminhões nãos conseguem chegar aqui e os nossos clientes ficam aguardando as peças serem enviadas e não podemos enviar”, disse.
Investimento
Na tarde dessa sexta-feira a Prefeitura de Timóteo informou que solicitou ao governo federal, através do Ministério da Integração Nacional, a liberação do “Cartão de Defesa Civil”, anunciado pela presidenta Dilma Roussef (PT) em Governador Valadares.
Conforme o prefeito da cidade Keisson Drumond o cartão será utilizado para despesas como ações de socorro, assistência e restabelecimento de serviços essenciais. Ele explicou que a disponibilização do cartão, precedida de uma solicitação encaminhada ao governo, vai ajudar e agilizar o atendimento às famílias que foram desalojadas ou desabrigadas pelas chuvas.
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