terça-feira, maio 21

Audiência publica sobre a escalas de serviço e carga horária dos militares da PMMG



A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou nesta segunda-feira, 20/05, a requerimento do deputado Sargento Rodrigues, audiência pública para discutir junto aos policiais e bombeiros militares, entidades de classe e representantes do Comando Geral das duas instituições, o aperfeiçoamento da Resolução 4.251/2013, especialmente sobre as escalas e turnos de serviço.

Fruto do esforço e de intensas negociações com o Governo e Comando da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar, o autor do requerimento reconhece os avanços da referida Resolução editada pelo Comando da PMMG em 09 de maio de 2013, que estipula a carga horária de trabalho do policial e bombeiro militar em 40 horas semanais, afirmando ainda a necessidade de melhorar as escalas de trabalho apresentadas. “Estabelecer as 40 horas semanais é um grande avanço, precisamos agora verificar o formato das escalas, o turno de serviço, para permitir que o policial e o bombeiro, tenham condições dignas e humanas de convívio social”.

Durante a reunião, o deputado Sargento Rodrigues destacou que o intuito do debate é apresentar uma sugestão ao Comando da PMMG para que o militar tenha mais convívio com a família. “Nós não queremos que o policial ou o bombeiro militar trabalhe menos horas do que previsto na carga horária. Queremos que o Comando flexibilize o formato do turno de serviço, do montante de horas trabalhadas por dia, que compatibilize trabalhar dia sim, dia não e quando chegar na quinta e na sexta-feira, ele faz o que chamamos de dobradinha, trabalha quinta e sexta-feira, folga sábado e domingo. Cinquenta por cento está trabalhando quinta e sexta-feira, 50% folga no sábado e domingo, a outra parte que folgou quinta e sexta-feira, trabalhará sábado e domingo, na outra semana inverte”, disse.

Rodrigues relatou os diversos e-mails recebidos de policiais das cidades do interior pedindo maior flexibilidade nas escalas de serviço. Segundo o deputado, a área operacional tem cobrado muito para que não seja estipulado o turno de oito horas, mas sim o de 10 horas – dia sim, dia não, enfatizando a necessidade de olhar pela área operacional. “Quem faz a policia e o bombeiro acontecer é quem está na rua. Pelo formato que aqui está colocado, eles só folgarão um final de semana a cada 65 dias”.

O deputado demonstrou sua preocupação em relação aos policiais militares que trabalham em destacamentos, já que 90% residem em cidades vizinhas. Para ele, o Comando deveria fazer a contagem total de 160 horas mensais, o que resulta nas 40 horas semanais, permitindo, assim, que os policiais militares retornem às suas casas.

Por fim, Rodrigues ressaltou a necessidade de considerar o chamado pré-turno, uma vez que o policial militar não pode ter o dever de chegar trinta minutos antes e não ter o cômputo desse período. “O policial precisa tomar banho, fazer a barba, deslocar para a unidade, fardar, armar e se equipar antes da chamada”, falou. 

De acordo com o Coronel Adeli Silvio Luiz, subchefe do Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais, a proposição da escala de oito horas vinha de encontro à necessidade, segundo estudos realizados pela Comissão que elaborou a Resolução 4251, por ele presidida, de um efetivo maior na ruas, visando maior segurança da sociedade. Com a escala de oito horas, é possível, segundo o Coronel, o lançamento diário de um efetivo correspondente a 70%. 20% a mais que os 50% da escala de 10 horas.

Adeli Silvio também explicou como funcionaria a escala de serviço no modelo 3x1 e 3x2. Segundo ele, na escala 3x1, o militar vai trabalhar três dias e folgar um. No outro ciclo ele trabalha mais trés dias e folga dois. No decorrer do mês o militar folgaria dois finais de semana, só que sábado ou domingo. Ou seja, ele não folgaria sábado e domingo. Porém, no ciclo 3x2, ou o militar folga sexta e sábado, ou domingo e segunda. Folgando a cada 45 dias, sábado e domingo. 

Avanços....

Ao se pronunciar, o Coronel da Polícia Militar apontou três avanços nas escalas apresentadas pelo Comando. “Tínhamos feito previsão do turno noturno ser 3x1 e 2x2. Reavaliamos a escala e chegamos a conclusão que realmente o turno seria muito pesado e, dentro dessa composição, verificamos que será 2x1 e 2x2. No turno diurno havia uma perspectiva de ser 3x1 e 4x2, chegamos a conclusão que também seria muito pesado e vamos fazer a proposta para o Comandante que será apenas 3x1 e 3x2”, afirmou. 

Esclareceu ainda a preocupação da instituição em se fazer cumprir a Resolução, impedindo que cada comandante de destacamento, pelotão e/ou região defina uma escala diferente. Para impedir qualquer atitude do tipo, a Polícia Militar adquiriu dois servidores e um sistema que viabilize o controle eletrônico das escalas pelo alto Comando da PMMG.

Por último, Adeli Silvio Luiz esclareceu que o Comando da PMMG está aberto para receber e avaliar as propostas e reivindicações relativas às escalas de trabalho que forem encaminhadas. 

A reunião contou ainda com a presença de policiais militares que apresentaram seus questionamentos e insatisfações com a atual proposta das escalas de Serviço da Resolução. 

O Cabo Daniel Silva Pereira apresentou o questionamento acerca dos pais militares, separados e que têm como ordem judicial um fim de semana pré-definido para estarem com seus filhos, o que em decorrência da atual escala, poderá tornar o convívio com o filho ainda mais distante. 

Normatizações de comandantes....

Em reunião da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, na última terça-feira, 14/05, o deputado Sargento Rodrigues entregou ao Comandante Geral, Coronel Marcio Martins Santana, oficio contendo reivindicações contra portarias, memorandos e resoluções criadas por alguns comandantes das unidades no interior do estado, que vêm legislando em desacordo com o ordenamento jurídico.

Durante a audiência pública o Coronel Adeli afirmou que a PMMG irá designar uma Comissão composta por representantes da DRH, da Corregedoria, Estado Maior, bem como assessor jurídico para avaliar cada caso citado no ofício. 

Segundo o Coronel, o que for necessário anular será anulado. “O que for necessário revogar, revogaremos, o que for necessário manter será mantido”, afirmou.

Deputado Sargento Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário