sexta-feira, junho 28

Estratégia da polícia não deve mudar nas manifestações em BH


Apesar dos danos e prejuízos materiais e imateriais contabilizados após a manifestação ocorridas anteontem, na região da Pampulha, a Polícia Militar de Minas Gerais (PM) afirmou que, caso outro protesto semelhante ao dessa quarta-feira aconteça, é bem provável que a atuação da polícia seja a mesma.

“A gente nunca enfrentou um manifesto nessas proporções. Isso é inédito. A gente tem que se preocupar com a vida das pessoas. Não íamos fazer nenhum tipo de loucura ou aventura, colocando as pessoas em risco. Infelizmente, pagamos com danos materiais, mas penso que o saldo é muito positivo porque não pagamos com vidas”, afirmou o comandante geral da PM, coronel Márcio Sant’ Ana, em entrevista à rádio Bandnews.
Mas para o professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Luís Flávio Sapori, caso as próximas manifestações ocorram, a polícia deveria utilizar a estratégia que foi usada no centro da cidade. “É fundamental e importante mapear se existem ou não grupos organizados incentivando a violência, mas a PM deve repetir a situação de ostensividade da praça Sete para inibir a depredação”, sugere.
Segundo o chefe da sala de imprensa da PM, major Gilmar Luciano, na praça Sete, a corporação agiu para efetuar as prisões a partir do momento que os criminosos “quebraram” a ordem pública. “As pessoas não são as mesmas, e as circunstâncias também não são, ou seja, não existe uma fórmula padrão ou um remédio. Cada ação é planejada, cada fato é treinado e ensaiado. Para cada evento, temos um novo planejamento. Por exemplo, para os possíveis protestos de domingo, já estamos estudando as ações, os vídeos, reavaliando e readequando algumas condutas”, disse.
Análise. Sapori prefere analisar a atuação da polícia sob os aspectos de erros e acertos. “Ela (PM) acertou na capacidade de proteção do perímetro do Mineirão, evitando que a manifestação chegasse ao estádio. A PM fez um bloqueio muito bom, assim como a boa proteção na praça Sete, onde praticamente não houve vandalismo. Só que a avenida Antônio Carlos ficou desprotegida, não houve qualquer tipo de presença policial ao longo da via, o que favoreceu o vandalismo”, afirmou.
Segundo o major Luciano, a estratégia foi acertada. “Anunciamos com antecedência que não iríamos acompanhar a manifestação. Preferimos não sermos vistos para que ninguém pudesse utilizar essa informação contra a PM, ou que falassem que a polícia tentou coibir o deslocamento da marcha”, disse.
Arsenal
Além dos suspeitos de ter praticado atos de vandalismo, a polícia apreendeu um vasto material usado para as depredações, como explosivos, bolas de gude, máscaras antigases, luvas, facas, aparelhos celulares com mensagens de incentivo à violência, frascos de leite de magnésia e vinagre, escudos artesanais de metal, óculos de proteção, alicates, tesouras, marretas, estilingues e pedras.


Fonte: Jornal O Tempo

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