sexta-feira, novembro 8

Mais um PM acusado de homicídio ganha a liberdade


Divulgação PC

Advogados alegaram insuficiência de provas, o que foi acatado pela turma julgadora do TJ, favorecendo Charles
IPATINGA – Mais um Policial Militar acusado de homicídio ganhou a liberdade na justiça. O alvará de soltura do Capitão PM Charles Clemencius Diniz Teixeira foi expedido na tarde desta quarta-feira (06) pela juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipatinga, Ludmila Lins Grillo, depois que a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus em favor do oficial.
O militar estava recolhido desde julho passado no 39º Batalhão da PM em Contagem, acusado de dois homicídios ocorridos em uma padaria do Veneza I, em agosto de 2007. Investigações feitas este ano pela força policial do Departamento de Proteção à Pessoa (DHPP) apontaram Charles e a namorada dele como sendo supostos mandantes de um crime de cunho passional.
JULGAMENTO
O mérito do recurso foi julgado na última terça-feira (05) por três desembargadores. Durante a sustentação oral o advogado de defesa do policial, José Ailton de Fátima Alves, argumentou quanto à insuficiência de provas para manter seu cliente preso. “A única testemunha disse que ‘ouviu’ dizer que Charles seria o mandante. A turma julgadora então concedeu o habeas corpus e ele agora vai responder ao processo em liberdade”, disse o advogado.
Em agosto deste ano a mesma Câmara Criminal do TJ havia negado a liminar em habeas corpus, passando o acusado a aguardar pelo julgamento do mérito que por duas vezes foi adiado. A nova decisão será publicada na próxima segunda-feira (11). Já o militar deve retomar suas atividades policiais ainda nesta quinta-feira, em Belo Horizonte, local onde permanece lotado.

INVESTIGAÇÕES
As investigações da força policial do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram feitas este ano após as mortes do jornalista Rodrigo Neto e do fotógrafo Walgney Carvalho, e apontaram o militar e a namorada dele, C.R.F., 29 anos, como mandantes do assassinato do mecânico Diunismar Vital Ferreira, o “Juninho”, de 41 anos.
Os dois ainda vão responder pela morte do instalador de máquinas José Maria, 58 anos, que estava no estabelecimento comercial no dia do crime e acabou baleado, apesar de nada ter a ver com a confusão.
Diunismar estava sentado em uma mesa do lado de fora do estabelecimento, momento em que dois indivíduos não identificados aproximaram-se em uma motocicleta. Antes que a vítima esboçasse qualquer reação, o garupeiro, sem sair da moto, efetuou diversos tiros na direção de “Juninho”. A vítima tentou fugir entrando na padaria. Mas o atirador desceu da motocicleta e da porta da padaria efetuou mais tiros, que acertaram várias partes do corpo de “Juninho”.
Os disparos efetuados pelo assassino também atingiram a vítima José Maria, que estava na mesma mesa que Diunismar. A segunda vítima chegou a ser socorrida para o hospital, onde morreu durante um procedimento cirúrgico.

PASSIONAL
Diunismar vivia em uma união estável com C.R.F., que por sua vez manteria um relacionamento extraconjugal com o Capitão Charles, que à época era casado com outra mulher. Ao supostamente descobrir a traição, “Juninho” teria passado a se desentender com a mulher, tendo constantes atritos com o oficial da PM, que o teria ameaçado. À época o militar chegou a ser transferido para Belo Oriente.

Provas contra policiais acusados de homicídios podem ser frágeis
Em menos de uma semana este é o segundo policial acusado de homicídio no Vale do Aço que ganha liberdade. Na última quarta-feira (30) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou soltar em caráter de liminar o sargento PM Michel Luiz da Silva, que estava preso desde junho passado.
O DHPP havia ligado o militar à morte de um morador de rua em Santana do Paraíso. O crime teria ocorrido em 2009. Os advogados de defesa de Michel também argumentaram insuficiência de provas para manter o PM encarcerado. O policial ficou preso por cinco meses e 23 dias e já retomou suas atividades policiais na 22ª Cia. da PM em Caratinga, onde é lotado desde 2011.

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